segunda-feira, 25 de agosto de 2014

The Project Horizon - Introdução

Em uma época conturbada na história do Universo, onde cruzadores galácticos ainda utilizavam o hiperespaço para encurtar sua viagem, uma imensa guerra se expandia pelo Universo até então mapeado, vitimando centenas de milhares de civis e militares por ano. Em meio a este caos, duas grandes potências deixavam de lado suas diferenças e uniam forças em prol de um único objetivo em comum: O total controle econômico e militar sobre todo o universo conhecido, e ainda por conhecer.
Alderaan de Touro, ou a estrela de batalha, como era conhecida - e temida - por seus inimigos, dominava a tecnologia de material bélico, deixando para trás até mesmo os mísseis de raios gama de Sirius, do Cão Maior, e os famosos ultra-sonares-plasmáticos de Alpherats de Andrômeda. Liderados pelo imperador Blase III, Alderaan expandia seu domínio com base em sangue e destruição, colonizando todos planetas ao arredor de sua estrela. Muito acreditava que Blase era um imperador imortal, muito difundido entre os guerreiros por histórias de batalhas. Alguns diziam que o imperador jamais fora ferido em batalha, enquanto outros diziam que mesmo com os ferimentos, seu governante jamais caíra perante um inimigo. Todas estas lendas, difundidas nos 4 cantos da galáxia, tornaram Alderaan temida pela maioria dos impérios da galáxia.
Zion de Aries, o império tecnológico, ganhava força desde que dominara sua antiga estrela capital, Hamal. A família real não possuía um governante imortal, muito menos dominava muitos de seus planetas próximos. Zion era conhecido pelo seu domínio em veículos interestelares, e até intergalácticos, onde detinha a maior fatia do mercado da galáxia. Sua força militar era precária em poder bélico ou em quantidade de soldados, mas seus cruzadores de batalha eram rápidos e muito resistentes. Mesmo em guerra com a estrela de batalha, Zion sobreviveu soberano em boa parte dos confrontos, tornando-se assim o inimigo número um da estrela-capital de Touro.
Com a união dos dois grandes impérios, algumas outras potências da galáxia, temendo perder o pouco espaço que mantinham, decidiram se unir contra a eminente ameaça, formando a Aliança Galáctica, poderosa e temida pelos poucos que decidiram se manterem neutros da grande guerra.

Sírius, a estrela capital de Cão Maior, um grande império tecnológico, muito conhecido pelas suas pesquisas biomecânicas e nano-tecnológicas, fechou um acordo após séculos de conflitos, com uma de suas maiores rivais, o Reino Eterno de Alpherats, estrela capital de Andrômeda e principal líder entre as constelações de Lupus, Monoceros e a temida Órion, conhecida por seus cruéis ataques para expandir seus territórios.
A união de Zion e Alderaan resultou em inúmeros confrontos com a Aliança Galáctica, o que geralmente trazia grandes prejuízos para sistemas menores. Estes sistemas, liderados por Leör O Justo, de Zubenelgenubi, estrela capital de Libra, juntaram forças para se opor à guerra, formando assim a Resistência de Luah, em homenagem ao antigo povo à quem era atribuída a criação de todo o Universo.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Capítulo 2 - Episódio 2

Algumas semanas se passaram desde a fatídica aterrissagem de nossos personagens no planeta Terra. Após muitos protestos de Blacky, todos já haviam se acostumado com as corriqueiras refeições elaboradas por Ghostface, o qual à esta altura, já adquirira uma certa habilidade em capturar pombos para o jantar.
Ao lado de sua habitual pilha de ossos, Mussum tentava adentrar no mundo dos sonhos enquanto os quatro terminavam sua ceia:
- Estou dizendo para vocês que para conseguirmos decolar vamos precisar de mais do que alguns litros de combustível fóssil – disse Blacky largando um pedaço de coxa de pombo de lado – Tem certeza que não conseguimos encontrar um acelerador de partículas subatômicas para substituir da minha nave?
- Eu já lhe disse que aquele acelerado me parece em perfeitas condições, cara! – Protestou Ghostface – E neste planeta você não conseguirá encontrar nenhum acelerador de partículas menos do que um caminhão.
- Eu já acho que o problema está no ativador do câmbio por energia cinética! – disse o Pirata – Aquilo está com uma aparência terrível!
- O ativador biomecânico está intacto – disse Drake devorando mais um pedaço de pombo – Talvez se colocássemos mais alguns torpedos de fótons aquela banheira fique mais legal.
- Estamos tentando fazer a nave voar, não explodir, Drake! – disse Blacky.
Mussum parecia concordar um pouco com a opinião de Blacky, mas não conseguia conceber a ideia de que o micro acelerador de partículas deveria ser posto em série com a alimentação dos motores secundários. Mussum soltou um suspiro e se preparava para tentar dormir quando um barulho um tanto estranho lhe chamou a atenção. Não muito longe dali alguma coisa acabara de adentrar a atmosfera do planeta em uma velocidade incrível, e Mussum bem sabia que aquilo estava começando a ficar estranho demais. Logo ele se levantou, e com movimentos milimetricamente calculados de seu rabo, e com uma escolha perfeita de tons, tentou avisar os outros do que acabara de ouvir, em uma – não tanto – incrível harmonia em Lá menor.
- Mussum, o que você tanto late? – indagou o Pirata.
- Ele está tentando dizer algo sobre um elefante gigante caindo do céu! -  exclamou Drake
- E o que um elefante estaria fazendo caindo do céu a esta hora da noite? – perguntou Blacky
- Eu não saberia responder isto, mas acho que aquela luz no horizonte não estava lá agora a pouco. – disse Ghostface com o dedo apontando a janela ao fundo do galpão.
Uma imensa luz branca cortava o horizonte em uma dança bastante peculiar, como se estivesse procurando o melhor lugar para se atirar contra o solo. A música de fundo, por sua vez, não era nem de longe algo agradável para se ouvir em uma apresentação de dança, e como Mussum logo pôde contatar, não era algo agradável de se ouvir nem no fim do Universo.
- Deve ser meu pessoal me procurando! – exclamou o Pirata – Eu sabia que aqueles energúmenos não me deixariam na mão!

Não muito distante dali, um jovem parecia bastante contrariado e confuso ao ver sua sombra aumentar de tamanho consideravelmente a sua frente, quando deveria se recolher e pular para o outro lado, como de costume quando atravessava mais um poste de luz. Logo ele percebeu que algo estava errado e decidiu se virar para ver, mas era tarde demais. Uma grandiosa luz desceu do céu em sua direção. Em meio a uma indecisão entre correr, ficar parado ou gritar por socorro, a luz chegou ao seu encontro, e como em um passe de mágica desapareceu instantaneamente. Em sua frente, algo pequeno e brilhante parecia querer lhe chamar a atenção a todo o custo. Ele se aproximou e pode ver uma pequena pedra semitransparente caída no chão, onde uma fraca luz ainda pulsava no seu interior. Em um movimento não muito preciso, ele se abaixou e pegou o pequeno cristal.
- Esta droga está me deixando maluco! – exclamou ele enquanto arremessava para longe a garrafa de vodca que vinha carregando.



domingo, 10 de agosto de 2014

Capítulo 2 - Episódio 1

Uma fina chuva caía nesta fria noite de inverno, e as pessoas já começavam a trancar suas portas e preparar-se para adentrar no mundo dos sonhos. Pelas ruas não muito mais que alguns animais tentavam se proteger da água gelada que caía do céu. Ao longe uma sombra brincava indo para frente e para trás de um jovem rapaz enquanto ele passava entre os postes de luz. Em sua mão direita uma pequena garrafa servia de palco para a dança, não muito sincronizada, de um líquido semitransparente, o qual era levado a boca de tempos em tempos pelo rapaz. Alguns veículos passavam naquela rua deserta, sem dar muita importância para a sinalização de trânsito, ou mesmo para as poças de água que se formavam próximas à calçada – o que parecia estar incomodando um bocado o rapaz quando a água respingava seu nada seco sobretudo preto.
Segundo consta no livro “As verdades incontestáveis do Universo” de Jeremiah Gostlorbisht - autor de clássicos da literatura de Andrômeda 7: “Coisas que você não deveria fazer em dias de chuva”, “Como se recuperar após fazer coisas que não se deve em dias de chuva” e “As melhores vestimentas para funerais em dias de chuva” – nada nesta vida acontece por acaso. Não muito distante do planetoide onde nossos heróis parecem um tanto perdidos, duas naves classe Jumbo parecem competir pelo título de “melhor arremesso de torpedo de fótons da galáxia”. De um lado uma grandiosa K733 da tropa de Sirius parece uma bailarina bêbada saltitando no meio do palco, enquanto do outro lado, uma Falcon 8 da tropa de Alderaan atira um torpedo de fótons atrás do outro.
- Devolvam o artefato! – berrou o comandante Alderaaniano no intercomunicador – Ele é perigoso demais para ficar na mão de gente como vocês!
Sem resposta.
- Estou avisando, nós temos munição para ficar aqui por semanas! – disse o comandante quase espumando pela boca.
A nave de Sirius parecia se divertir agilmente por entre as rajadas da investida inimiga. Em um movimento ousado, a nave Aderaaniana tentou uma aproximação para tentar travar a mira de seus canhões, o que abriu uma pequena brecha em sua defesa, o que a nave de Sirius não só percebeu, como não deixou escapar a chance para contra-atacar.
Uma rajada verde-azulada cortou o espaço, transformando em pó tudo que via pela sua frente, até atingir a lateral da nave de Alderaan com uma força tão grande que a mesma precisou de toda a potência de seus motores para não ficar girando eternamente no mesmo lugar. Não satisfeita com um pequeno rombo de cerca de 50 metros no casco da nave inimiga, em um giro perfeito sobre o próprio eixo, a nave Falcon lançou sua própria investida de torpedos contra a K733. A batalha parecia ter sido decidida naquele momento, porém antes que a Falcon pudesse ter qualquer reação, uma rajada incrivelmente grande de qualquer coisa que um habitante de Sirius algum dia já viu atingiu em cheio a nave Falcon. Em menos de cinco segundos não havia mais do que algumas partículas de poeira cósmica onde antes estava a nave de Sirius. Na nave Alderaaniana o comandante comemorava com uma modesta garrafa de cerveja:
- Se nós não podemos ter o artefato ninguém mais poderá! – disse ele tomando um generoso gole de uma cerveja azul – Nada sobrevive ao disparo de “propaganda”!
Nos primórdios da galáxia, quando poucas eram as nações que possuíam tecnologia suficiente para viajar pelo espaço, um povo dotado de grandes poderes dominava o universo. Eram conhecidos apenas como os Luah, sempre referenciado como os enviados de deus. Seu poder era feito da mais pura e brilhante luz e muitos atribuem à estas criaturas a existência das estrelas como obra de sua grandeza. Bastante preocupados com o equilíbrio de poder no universo, estas criaturas decidiram guardar parte desta sua luz em um artefato e escondê-lo para que jamais alguém pudesse ter acesso à tamanho poder. Então foi criado o cristal conhecido por Alma do Universo, um pingente em forma de cristal de luz, o qual foi enviado ao mais longínquo canto do Universo para que ficasse a salvo de pessoas com intenções das mais diversas.
Com o tempo isto se tornou apenas uma lenda, e estas criaturas nunca mais foram vistas, se tornando assim apenas uma historia contada para as crianças na hora de dormir. O artefato nunca mais foi visto, até que à cerca de 300 mil anos, uma criatura dotada da mais profunda escuridão o encontrou e o utilizou para criar uma estrela, a qual foi nomeada de “Zion”.